
GreenLight Biosciences submete às autoridades regulatórias brasileiras o primeiro bioinsumo à base de RNA do país
· Tecnologia marca um avanço sem precedentes para a agriculturabrasileira e abre caminho para práticas mais sustentáveis e seguras
· Solução inédita no país apresenta custo de desenvolvimento 10 vezesmenor quando comparado a defensivos tradicionais;
Brasília, 28 de outubro de 2025. A GreenLight Biosciences submeteuao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), à Anvisa e ao Ibama o primeiroproduto à base de RNA pulverizável para uso agrícola no Brasil. Trata-se de umasolução inédita para o controle do oídio, doença causada pelo fungo Uncinulanecator e que afeta de forma significativa a viticultura nacional. Estadoença fúngica se manifesta como uma camada pulverulenta branca distinta nasfolhas, ramos e cachos de uva e, se não for controlada, pode comprometergravemente a saúde da videira, reduzir a produtividade e diminuirsignificativamente a qualidade da fruta, afetando o amadurecimento, os níveisde açúcar e o valor de mercado.
O manejo dooídio é vital para manter as videiras saudáveis e garantir a estabilidadeeconômica da indústria da uva e do vinho. As estratégias de controle atuaisgeralmente envolvem o manejo com fungicidas, saneamento do vinhedo e seleçãoestratégica de variedades de uvas resistentes. O novo produto da GreenLightBiosciences visa complementar essas práticas, oferecendo um novo modo de ação,que é crucial para o manejo de resistência e para reduzir a dependência deprodutos químicos existentes.
Desenvolvida comtecnologia de RNA, a inovação representa um avanço e um marco histórico para aagricultura brasileira ao reunir alta eficiência e segurança ambiental.
Segundo GiuvanLenz, diretor de Desenvolvimento de Produto da GreenLight Biosciences, asolução reduz de forma expressiva o tempo e o custo de desenvolvimento quandocomparada a defensivos químicos e sementes geneticamente modificadas. “Hoje, umproduto químico leva em média oito anos e custa cerca de US$ 300 milhões paraser desenvolvido. Já o nosso processo é, em média, dez vezes mais barato, comcustos atuais na ordem de US$ 30 milhões. Além disso, conseguimos encurtar ociclo de desenvolvimento e registro significativamente”, afirma.
A tecnologiaapresenta ainda um perfil diferenciado no campo. Enquanto alguns fungicidastradicionais enfrentam restrições de aplicação durante o florescimento e deixamresíduos que dificultam exportações, o produto à base de RNA atua de formaaltamente seletiva, não apresenta fitotoxicidade e não causa impacto sobreorganismos não-alvo. “Como nosso produto não gera resíduos, não é exigido oestabelecimento de LMR (Limite Máximo de Resíduo), um dos fatores que maisencarecem e retardam o registro”, explica Lenz.
Esse diferencialatende diretamente às demandas de mercados importadores como a União Europeia eAmérica do Norte, conhecidos por rigorosas exigências sanitárias e ambientais.A solução pode representar uma alternativa estratégica aos produtores, já que,enquanto outros defensivos não podem ser aplicados até várias semanas antes dacolheita, a tecnologia da GreenLight Biosciences pode ser aplicada até poucosdias antes, sem risco de inviabilizar embarques internacionais.
Outrodiferencial é logístico, a solução da GreenLight Biosciences não requer cadeiafria para transporte ou armazenamento, reduzindo custos e barreiras de adoção.Um produtor do Vale do São Francisco, por exemplo, não precisa investir emcâmaras frias para estocar o produto. Essa praticidade aumenta acompetitividade da tecnologia e a democratiza. A formulação também se destacapela compatibilidade operacional, podendo ser misturada a outros defensivosquímicos sem necessidade de manejo diferenciado.
“O produtorpoderá utilizá-la exatamente da mesma forma que já trabalha com outros insumos,sozinho, em conjunto com outros produtos ou de forma intercalada com químicosconvencionais. Isso facilita a adoção e garante eficiência sem alterar suarotina no campo”, completa.
Segurançareforça perfil inovador
Outro pilarcentral da solução é a segurança. Segundo Lenz, o produto foi concebido comfoco em segurança tanto para o aplicador quanto para o meio ambiente, comcritérios técnicos definidos desde a fase inicial de desenvolvimento.
“Nossos produtos são seguros por design. No processo de seleção porbioinformática, o gene selecionado para silenciamento não pode ter nenhumasobreposição com o código genético de humanos, mamíferos, aves, peixes ouqualquer outro organismo que não seja alvo. Isso garante, desde o princípio, asegurança do produto”, explica Lenz.
Além do cuidado nessaetapa de desenho das sequencias a serem utilizadas, a formulação prioriza o usode componentes já aprovados para agricultura, priorizando sempre baixo impactotoxicológico. “Não faria sentido termos um RNA de fita dupla extremamenteseguro e, ao mesmo tempo, adicionar surfactantes ou adjuvantes fora desseperfil de toxicologia. Toda a formulação é pensada para manter um perfil desegurança elevado”, afirma.
O produto tambémapresenta rápida degradação no solo sem geração de metabólitos tóxicos. Diferentementede algumas moléculas químicas que se ligam às partículas do solo e persistempor longos períodos, a solução da GreenLight Biosciences se decompõe de formarápida e inofensiva. Além disso, o RNA serve de alimento para micro-organismos,tornando o processo de degradação natural e rápido. Essa combinação amplia asegurança não apenas para o operador no momento da aplicação, mas também para oconsumidor, os organismos benéficos, a água e a biodiversidade.
A tecnologia quechega ao Brasil não é OGM (organismo geneticamente modificado) e não altera ocódigo genético das plantas ou de outros seres vivos. “É importante reforçarque nosso produto não modifica o genoma. Inclusive, a CTNBio (Comissão TécnicaNacional de Biossegurança) já avaliou e classificou a tecnologia como não OGM,o que nos dá respaldo para comunicar essa informação com clareza e por não serum OGM, permite apresentar um pacote de estudos que reduz o tempo deapresentação ao processo regulatório”, destaca Giuvan e complementa: “Essasolução é segura, sustentável e não se enquadra na categoria de transgênico.Essa clareza ajuda a reduzir riscos de interpretação equivocada e a acelerar achegada da tecnologia ao produtor brasileiro”.
Testes decampo comprovam flexibilidade e eficácia global
O processo depesquisa começou nos Estados Unidos, com análises de bioinformática paraidentificar genes-alvo para o desenvolvimento da molécula de RNA. Em seguida,testes de laboratório, em placas de Petri e bioensaios iniciais, deram lugar aavaliações em plantas, em ambiente controlado de casa de vegetação. Depois, osresultados foram levados para estações experimentais próprias da companhia, naCalifórnia (EUA) e em Sevilha (Espanha). A fase seguinte envolveu ensaios emdiferentes regiões agrícolas, incluindo Brasil, Chile, Argentina, México epaíses da Europa.
Nos ensaiosrealizados no Brasil, especialmente no Vale do São Francisco (Bahia ePernambuco), o produto demonstrou níveis de controle iguais ou superiores àsreferências químicas tradicionais. As avaliações mostraram que doses entre 16 e20 gramas de ingrediente ativo por hectare (aproximadamente o equivalente a umou dois sachês de açúcar aplicados em 10 mil metros quadrados) são suficientespara garantir alta eficácia.
“São dosesextremamente baixas, mas que entregam resultados consistentes. Na comparaçãocom os padrões de mercado ficamos no mesmo patamar ou até acima em determinadoscenários — o que pode significar ainda, na prática, uma redução no número deaplicações de defensivos”, afirma.
No Chile, emRancagua, região de alta incidência de oídio em uva de mesa, a dose de 20gramas superou o desempenho dos padrões de mercado.
Próximospassos e portfólio em expansão
O lançamento noBrasil será o primeiro de uma série de produtos que a GreenLight Biosciences pretendesubmeter às autoridades regulatórias. Ainda neste ano, está prevista asubmissão de outro produto focado no controle de ácaros, ampliando a oferta desoluções seguras e de baixo impacto ambiental no país.
Os produtos àbase de RNA oferecem vantagens em termos de segurança alimentar esustentabilidade, não deixando resíduos químicos nos alimentos e sendo segurospara aplicadores, consumidores e para o meio ambiente
“Os produtos àbase de RNA apresentam vantagens em segurança alimentar e sustentabilidade, nãodeixam resíduo químico nos alimentos e são seguros para aplicadores,consumidores e para o meio ambiente. O uso dessas tecnologias deve contribuir decisivamentepara maior produtividade e qualidade, mantendo os padrões exigidos pelosmercados interno e de exportação e posicionar o Brasil na vanguarda da inovaçãoagrícola”, finaliza Lenz.
Sobre aGreenLight Biosciences
Fundada em 2008,a GreenLight Biosciences está na vanguarda da pesquisa com RNA na agricultura.Ao oferecer soluções baseadas em RNA eficazes e fáceis de usar paraagricultores em todo o mundo, a GreenLight Biosciences está viabilizando umaprodução de alimentos mais resiliente e ambientalmente protegida. Como líder emRNA para agricultura, a empresa é a única com uma solução RNA registrada eaprovada, no mundo. Inúmeras patentes protegem a plataforma de fabricação daempresa.
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